30 janeiro 2008

69. A ciência da paciência que crê no improvável

Recebi esse texto ontem. Ou melhor, recebi há 15 minutos. Mas 15 já podem transformar o ontem em hoje. E podem também criar uma bela amizade.

"Incríveis são os caminhos do improvável.

Essa história começa nos finais da década de 80, uma época que os barrigudinhos que hoje buscam seus filhos pré adolescentes na escola lembram com nostalgia e com uma pitada de orgulho. Olhando pra lá vejo um colégio que mais parecia um sonho, grande, verde, alegre e entupido de garotos e garotas que não conheciam a poesia de Renato Russo mas adoravam repetir o refrão do Cante Hosana (desculpem caros leitores, mas só quem foi aluno Redentorista sabe do que estou falando). Época em que jogar Odissey era a moda e Atari um luxo; Orkut e Messenger seriam apenas termos em inglês não encontrados no dicionário da biblioteca.

Década e meia depois, no boom da Internet, dois garotos daquela época se esbarram em meio aos milhões de bytes transmitidos pelas fibras ópticas. Desse encontro surge uma amizade não explorada, calcada na capacidade de lidar com as letras e com as informações desse cyber espaço, uma mente feminina brilhante e uma mente masculina curiosa encontram uma na outra momentos pra recordar e se divertir... But...

Mas o cinismo é o pai de todas as relações, mesmo as mais sinceras e fraternais... entre afinidades e troca de mensagens, mais amigos se entrelaçam nessa teia de mundos diferentes e relações desiguais.

Como é fácil ser sincero diante do teclado, como é difícil acreditar sem olhar nos olhos.

Everybody lies... esse foi o gatilho do estopim de mais uma enxurrada de novas sensações, deixar a mente viajar no impossível. O que fazer quando uma mente alcoviteira e criativa se dispõe a tirar da sua zona de conforto uma mente centrada e proativa graças às idéias de uma mente inconseqüente e influenciada pela libido. Libido essa gerada por um contorno labial desenhado a mão.

De Ssa para capital alencarina, daqui dos verdes mares para terra do Bonfim as mensagens fluíam no ritmo do divertimento e na quase embriaguês do sono do fim do expediente. Entre especulações, diretas, indiretas, alcovitagem e cantadas de baixo calão o improvável se postou como o dono da situação sem, no entanto, entender que a paciência estaria firme e forte a esperar. Afinal, como fala aquele lugar comum: enquanto o impossível não tomar, definitivamente, o lugar do difícil; deve-se acreditar.

Se existe amizade entre homem e mulher?

Existe sim, mas qualquer coisa nesse mundo fica melhor com beijo na boca!

Desse modo o garoto que correu pelos pátios do velho Redentorista, hoje escreve da cadeira azul para a nova amiga do 14º andar pra que ela saiba que a dona da cadeira rosa ainda permanece com o mesmo status. Afinal lábios não mudam e vontades também não!

Pacientemente, acreditando que todo mundo mente!"

PS - O meu primo Daniel não é certo. Mas fez uma coisa certa pela primeira vez na vida: me apresentou a essa loura aí, que é a "culpada" pelo texto acima, por essa minha nova amizade, e por muitas outras coisas boas na minha vida.

PS 2 - Ao autor do texto: me aguarde... Não é só o link do Bem Resolvida que fala das minhas idéias sobre se é possível existir amizade entre homens e mulheres sem que haja sexo entre eles... E, como eu já disse, isto é uma ameaça ...

29 janeiro 2008

68. My demon


Assisti de novo "A Bússula de Ouro" ontem. Fui com dois amigos e saímos do cinema brincando, falando que nossos bichinhos de estimação eram nossos "demons". Bom, em matéria de demons, nós vamos muuuuuito mal. O "demon" de um desses meus amigos fez xixi em toda a cama e foi dormir na cozinha de castigo, e a minha puxou a toalha da mesa e destruiu tudo que estava em cima dela. Achou pouco e, de madrugada, resolveu brincar com o prata de comida, fazendo um barrulho terrível. Tomei e escondi o pratinho. Aí minha demon resolveu tomar banho de piscina, mas como no ap não tem piscina, foi no pratinho de água mesmo. Ele é pesado, pois tem gesso em baixo, e ela não consegui virar, então resolveu bater as patas dentro até derramar toda a água!

Nesta hora, me lembrei que minha demon está muito mais para "sementinha do mal"....

E olha que na semana passada ela chegou até a ficar internada, pois estava doente. Esá descontando o tempo perdido?

15 janeiro 2008

14 janeiro 2008

66. "Oi Coração, não dá prá falar muito não..."


Sabe quando um final de semana é simplesmente magnífico? Pois o meu foi! Teve de tudo um pouquinho. Claro que com a participação especial de meus amigos e de meu pai. Sem eles, nada existe.

Mas se tudo foi tão perfeito, onde está o erro? No diabo do bichinho chamado "saudade".... De nada adianta saber que existem as coisas boas da vida, quando esse bichinho se senta no seu colo. Aliás, até lembrar dessas coisas boas, podem doer um bocado! Tomar café de manhã, ou assistir "Abril despedaçado", descobrindo a vontade de voar... Tudo isso não são coisas boas da vida, se o verbo a ser conjugado estiver no passado.

E a saudade começou com um dos meus "lôros", que ligou na saída da peça... O meu peito apertou. Eu queria ter ficado ao lado dele muito mais do que fiquei. Não sabia que as coisas iriam acontecer tão rápido, e que eu teria que voltar...

E a garganta fecha e não deixa sair som. Fim de noite de domingo, e nem Chico Buarque me deixa esquecer...

Mudo a estação. Desligo o celular. Mas a net e a poesia de meu amigo Múcio, de novo me lembra que a vontade de estar junto é forte... E que talvez seja para sentir por mais tempo do que eu mereça.

"Você se foi
e aqui
faz tanto frio,

trago
a janela fechada,
e o porta-retratos

vazio."
Múcio L. Góes

E olhe que eu nem falei de Allan...

12 janeiro 2008

65. "Como pode querer que a mulher vá viver sem mentir..."

Esta semana me peguei conversando com um desconhecido, que havia colocado a seguinte frase no MSN dele: "Everybody lies". Bom, se ele estava lá na minha lista, é porque, de algum lugar eu deveria conhecê-lo. Mas a frase me intrigou, e, mesmo sem saber quem era a criatura, resolvi puxar papo.

No início, pela frase, pensei tratar-se de uma pessoa meio revoltada com a vida, que não confiava mais em ninguém, provavelmente traído pela mulher, ou pelo melhor amigo (ou por ambos. Juntos!) Mas os meus dedos foram e se jogaram no teclado. Resulta que o cara tinha um papo ótimo, super astral, inteligente e com um humor no timing perfeito (ou pelo menos no timing que o MSN permitia). Conversamos, conversamos e eu poderia estar conversando até agora, se Woody Allen não estivesse no meu DVD gritando, e Woody é sempre Woody. Não dá para desobedecê-lo.

Mas o que me instigou foi a assertiva. Ele colocou suas justificativas, e eu até concordei com a maior parte delas. Mas lembrei que eu aprendi a acreditar demais nas pessoas. Para mim, elas sempre estão falando a verdade. Prefiro, e sempre foi assim comigo, acreditar primeiro nas pessoas. Crer que elas são verdadeiras. Tá, você pode até me dizer que isso é ingenuidade, e eu te respondo que é. Mas essa ingenuidade me faz bem.

Tá certo que isso já fez com que eu sofresse para caramba, por me decepcionar com as pessoas. Mas num mundo que existem essas pessoas, existem também os Nivandos, os Walmys, os Allans, os Djamans, as Monalisas, as Tacys. E bastava um deles, para eu continuar acreditando que as pessoas são boas e que não mentem.

Mas, as pequenas mentiras (tipo: "eu sou alérgico(a) a cebola...) não contam. Ou contam?

PS - No final, descobri de onde conhecia o misterioso ser que acredita que todos mentem.
PS 2 - Esse post não está nada inspirado, mas a minha conversa no MSN foi!
PS 3 - Sobre o tema, mas com piadas internas, veja esse vídeo mentiroso, depois esse link e, por fim, esse. Se você não entendeu nada, pelo menos ouviu boa música.