30 outubro 2007

61. Prêmio Vladimir Herzog


Este é um prêmio dado a jornalistas, e promovido pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, Federação Nacional dos Jornalistas, Associação Brasileira de Imprensa, Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP, Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, família do jornalista Vladimir Herzog, Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo e Fórum Permanente dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo. É o segundo mais antigo do pais.


Este ano, o prêmio foi entregue no último dia 25. Um dos vencedores (na categoria TV - Documentário ou especial) foi Rodrigo Vianna, com a Série Terra de fogos, exibida pela Rede Record entre os dias 21 a 23 de março de 2007.


O discurso de Rodrigo foi perfeito. Tão digno de prêmio quanto a própria reportagem:


"Tenho muito orgulho de receber esse prêmio, ao lado de equipe tão especial: Luis Cosme, editor, velho amigo, bom de papo e de texto; Tony Chastinet, repórter acima de tudo, hoje exercendo a função de produtor na TV; esteve lá na Bahia apurando toda a história comigo... e o Luis Vieira, nosso Lula, cinegrafista bom na imagem e na reportagem.


Meus amigos.Muito mais que um prêmio, ou um troféu, o Vladimir Herzog é um símbolo. Símbolo de uma época em que jornalista morria quando desafiava o poder, ou quando queria simplesmente fazer o seu trabalho. Hoje, o risco maior é perder o emprego - e alguns aqui sabem bem do que estou falando.Em 1975, quando Vlado foi assassinado num quartel em São Paulo, um ato corriqueiro como esse aqui - uma reunião pública - era proibido! Muita gente morreu, e milhares de brasileiros foram às ruas lutar, pra que a gente hoje possa estar aqui. Digo isso, pra celebrar a Democracia. Não importa que alguns, em gabinetes oficiais, avacalhem com o mandato que recebem. A Democracia não pertence a eles. Muito menos aos que se julgam donos da "opinião pública", no comando das redações por aí! A Democracia é nossa, e devemos defendê-la.


O Vladimir Herzog é também um símbolo de que há muito a se fazer nesse país. A nossa série de reportagens mostrou uma situação escabrosa no interior da Bahia: 64 mortes na explosão de uma fábrica de fogos. Crianças e mulheres, que trabalhavam sem registro, sem segurança, sem direito nenhum. Por salários miseráveis!


Quase 10 anos depois, ninguém foi julgado. Não vejo nossa classe média cansada - e iluminada pela Philips - fazer passeatas por esses mortos. Valem menos do que outros mortos? Por que essa indignação seletiva no país?


Ainda bem que existe o Vladimir Herzog, pra falar disso! E ainda bem que agora há mais concorrência no Jornalismo de TV! Isso também é simbólico nesse caso!


O sujeito que chefia a fabricação de fogos em Santo Antonio de Jesus tem ligações com o grupo politico que mandava na Bahia até pouco tempo... Esse mesmo grupo é dono da maior emissora baiana. E essa emissora, concorrente da Record, nunca deu muita bola pro caso. Por que será? É curioso: eles têm equipe a postos pra atacar os quilombolas, como fizeram recentemente na Bahia. Pra estigmatizar os movimentos sociais. Mas, pra lembrar impunidade, num caso de 64 mortes, aí não há equipe. Curioso!


Mas, tudo bem. Porque agora há essa turma aqui na Record, disposta a contar essas histórias. Fico muito contente de estar nesse time, que aposta num Jornalismo de verdade! E não num Jornalismoque testa hipóteses ou que defende teses estranhas - como a de que não existe racismo no Brasil! Aí,não dá! Francamente...


Já que cheguei a esse ponto, peço licença pra falar de um assunto pessoal. Ano passado, vivi momentos um tanto conturbados quando deixei a empresa onde trabalhei por 12 anos. Tenho lá muitos amigos. Há muita gente séria lá, certamente... Mas, hoje, estão sob comando de uma direção meio aloprada... No momento da minha saída, com um comunicado covarde, tentaram me desqualificar. Na época, me diziam: reaja, processe, parta pra cima!"


Não dei bola. Eu me lembrei de uma entrevista do Pepe, antigo craque da seleção... Perguntaram pra ele uma vez: "Pepe, quando vocês iam à Argentina, nos anos 60, já chamavam os brasileiros de macaquitos?" E o Pepe: "sim, claro, isso sempre existiu"."E o que vocês faziam?"."A gente metia gol neles".Isso é muito bom. Quanto mais os argentinos xingavam, mais gol levavam...Humildemente, porque não sou o Pepe, acho que nós fizemos um belo gol, com a matéria e com o prêmio. A gente gosta é de ganhar na bola! A gente sabe ganhar na bola! Mas, se precisar, a gente também sabe dar umas caneladas! Queria, por fim, agradecer a todos que me deram apoio naquele momento conturbado. Amigos de infância, de Faculdade - jornalistas ou não. Agradeço a todos aqui, publicamente! Mas, gostaria de agradecer especialmente à minha mulher, Teresa - ponta firme e guerreira. Agradeço a meus pais, que me ensinaram a encarar as brigas que valem a pena! A meu irmão - que sabe travar o bom combate. À minha irmã querida, e à família toda. E, claro, a meus filhos André e Vicente. Por eles, principalmente, vale lutar por um mundo melhor.Viva a Democracia! Viva o Jornalismo plural! Viva Vladimir Herzog! Obrigado a todos."

24 outubro 2007

60. Bem Resolvido

Estou muito feliz com o novo colaborador lá do Bem Resolvida. É meu amigo Edu. Esse menino sabe tudo de TV e topou colaborar com a gente contando tudo sobre as séries de TV. O cara escreve super bem, se forma leve, e quando a gente lê o comentário sobre a série, fica louco para assistir logo logo. Foi assim quando ele comentava tão somente no blog dele "O Ronronar do gato" (que eu já linkei aqui há milênios!). Imagine agora com o público do BR? Ele está escrevendo como colaborador no "Cultura Pop", e a primeira matéria saiu hoje. Eu vou ficar de olho, sempre antenada, porque o cara sabe!
Parabéns de coração a Edu. Mas é sempre assim: quando a gente faz o que gosta, só pode dar certo. Parabéns mais ainda a minha editora que viu que esse sangue bom aí vai dar muito samba!
E você não leu ainda? Vai no link aqui então!

23 outubro 2007

59. Eu não toco Raul

Sabe aquela música que você ouve, ouve, ouve, ouve, mas não se cansa? Já aconteceu comigo algumas vezes. Do meu trabalho para minha casa, eu levo cerca de 40 minutos dirigindo, e sempre tenho o cuidado de pegar um CD diferente todos os dias. Pois bem, hoje me peguei ouvindo SEM PARAR Pedra Letícia. Na verdade, eu adorei a música deles, mas já falei sobre isso aqui.
Meu amigo Dja acha que meu "amor" por essa música específica tem um significado. Tendo ou não, o fato é que já decorei. Afinal, 40 minutos ouvindo sem parar, só se eu fosse muito burra para ainda não ter decorado.
Então: TOCA PEDRA LETÍCIA!

Pedra Letícia - Eu...

PS - E todo esse texto bobo? É porque eu estou muuuuito feliz! Pronto!!! Falei!

PS - O post bem poderia se chamar "Para Nelito, com amor" (piada interna para Claudinho, Dja e Beto)

15 outubro 2007

58. Com orgulho!


Preciso dizer mais alguma coisa?
PS - Para os amigos lusitanos que ainda não sabem do que trata a imagem acima, aguardem o minha coluna na sexta-feira no Bem Resolvida.


11 outubro 2007

57. Só sei...

Eu sou até uma pessoa razoável... Consigo perdoar a maior parte das coisas que fazem e/ou dizem. Quando alguém diz algo que eu não concordo, costumo, primeiro verbalizar a minha discordância, discutir um pouco, deixar meu ponto de vista claro, mas seguir em frente, afinal "life's so short, move on"... E cada um segue com sua opinião.

Mas tem algumas coisas que realmente me tiram do sério. Ninguém é obrigado a gostar de determinado gênero musical. Eu, por exemplo, não vou a raves, porque não gosto, não tenho a menor paciência para música eletrônica. Mas tem gente que curte esse tipo de música, escuta dança e exorcisa seus males em uma rave. O máximo que eu conseguiria seria uma boa e rica dor de cabeça, com aquela música. Bom, mas o fato de eu não gostar desse tipo de música, não faz dela RUIM. Apenas uma parcela da população (aí, eu me incluo), não curte o ritmo. Somente isso.


Pois vamos ao meu ponto final: essa ladainha toda foi para falar da música baiana. Não vou admitir nunca que seja chamada de qualquer coisa diferente de MARAVILHOSA! Se você não gosta de um Psirico, ok! Mas tem gente que adora e não perde um show. A música baiana contagia! Escolha seu grupo, seu cantor, e pode ir atrás do trio, que eu garanto: é experiência totalmente inesquecível! Valorizar o músico e a música baiana, não é apenas dar credibilizade ao produto nacional. É reconhecer que nós, acima de qualquer outro povo do mundo, sabemos fazer música de qualidade, sabemos nos divertir com ela e sabemos, acima de tudo ser felizes!


Me lembro há muito anos atrás, quando ainda usava-se walkman, eu saída com o meu, com uma fitinha K7 com os últimos hits baianos (inclua-se aí "Cheiro de Amor" ainda com Márcia Freire), e ai para aula, no meu busú! Na volta, passeando pelo centro da cidade, sempre me batia com algum amigo com quem eu compartilhava as músicas e eu acaba tendo que lhe presentear com uma cópia da fita. E isso era em plena Inglaterra... O mundo se curvando, e se deliciando, com a nossa música. E se esse negócio de música baiana fosse tão ruim quantos uns querem nos fazer crer, não teria se esplhado e feito sucesso pelos quatro cantos do mundo, não é? Isso sem falar nas micaretas (os carnavais fora de época) que foi "importado" da Bahia e agora já é febre pelo Brasil todo. Como ninguém consegue imitar o nosso carnaval, o jeito mesmo foi levá-lo, em um período diferente do ano....
Pois bem. Eu curto, e muito, a música baiana. Por que, no fundo, no fundo mesmo, eu só sei que o Araketu é bom demais!!!!!!



PS - E lembrando que baiano não nasce, estreia, não deixei de conferir a história de Clara, uma baianinha MARAVILHOSA que eu conheci na semana passada. Na minha coluna (Cinema Pé e Mão) do Bem Resolvida amanhã, dia 12/10. Beijos

08 outubro 2007

56. Amor, I love you

Depois de Peter, Marisa Monte...

Meu findi foi repleto de filmes: "O Vigarista do ano", "Resident Evil 3", "Saneamento Básico" (de novo!), "Capote", "Amnésia", "O Grito", e ainda uma leve passada em Arquivo X. Para mim, o findi perfeito, afinal, a todos os filmes eu assisti muito bem acompanhada, com amigos mais do que queridos, além de ter visto meus irmãos que moram em outro estado.

Mas, as vezes, quando a gente menos espera, recebe um telefonema que faz você ganhar o dia, o mês, o ano. Veio de um amigo também. Um amigo quase irmão. E uma pessoa que me acalma. Me acolhe a alma.

Por isso lembrei de Marisa...


"Deixa eu dizer que eu te amo

Deixa eu gostar de você

Isso me acalma, me acolhe a alma

Isso me ajuda a viver."


Melhor do que isso, só mesmo ele vindo morar aqui...


PS - Com relação aos filmes, leiam a minha crítica de Hairspray na sexta no Bem Resolvida. E conheçam Clara, a minha nova MUSA!


PS 2 - Vocês viram Pedra Letícia no Fantástico? Eu perdi!!!!!!!!!

02 outubro 2007

55. Peter Gabriel

"There comes a time in everybody's life

When you start looking back and think

Ok... Now it's the time for growing up"

(Peter Gabriel)

Depois de tanta bobagem nesse blog, algo para se pensar.

Depois de tanto desacerto, sempre aparece uma luz no fim do tunel.

Depois de passada a tempestade, a gente vê quem realmente vale a pena.

E vê também, quem não vale.

PS - Queria mesmo, de coração, que as pessoas que eu amo vissem que algumas pessoas, não valem a pena. E que são desprezíveis demais para serem até mesmo chamadas de pessoas.